quinta-feira, 3 de setembro de 2009

A FELIDIDADE, sempre

Quero chutar os problemas e falar um pouco de amor, das coisas boas que a vida me deu. Acordar cedo e respirar bem fundo, pra sentir a importância de poder estar vivo e enxergar o mundo, os pássaros e tudo que seja mais belo do que eu. Descobrir a cada dia um novo cheiro, um novo gosto, uma nova cor, um novo som, um novo jeito de tratar as pessoas, descobrir uma nova vida todo dia, um novo dia toda vida. Quero uma felicidade que eu possa guardar só pra mim, sem precisar mostrar para os invejosos, sem fazer loucuras que por mais que eu não queira, são sintomas inevitáveis de alguém que se sente feliz. Como por exemplo: Cantar... cantar... cantar... Repetir quantas vezes a garganta permitir, aquela parte daquela música que diz: “hoje eu vou tomar um porre, não me socorre que eu tô feliz”... Sair sorrindo na capa de todos os jornais de domingo com os seguintes dizeres no rodapé: Ele é feliz. Invadir um hospício e libertar todos os loucos, mas antes dar uma plaquinha na mão de cada um com os seguintes dizeres: Somos loucos uns pelos outros... Emparelhar meu dedo indicador ao nariz de um tenente do exército, rir bem alto da cara dele e antes de ser preso dizer pausadamente que sou feliz, ou sai lá, saltitar pela praça de alimentação de um shopping qualquer. Encontrar um bêbado bem bêbado e deixar ele ainda mais bêbado, de modo que ele tome nojo da cachaça até a próxima encarnação.Só pra ouvir dele aquela conversa de bêbado que todos nós já ouvimos um dia: ### você é um cara bom, porque você é um cara feliz ###. Talvez subir nas costas do Araribóia e passar o dia acenando para o Cristo Redentor, ah... essa é muito boa, pendurar o presidente da república na janela mais alta do palácio do planalto até ele prometer um mínimo que no mínimo dê para comprar o arroz e o feijão e quem sabe até uma dúzia de ovos, e depois dizer pra ele que mesmo que não cumpra sua promessa eu vou continuar sendo feliz... Com fome, mas feliz. Jogar terra no sorvete das crianças mal criadas, botar o cachorro pra morder o carteiro, xingar minha vizinha, aquela velha miserável, por tudo que ela me fez o ano inteiro... mas que mesmo assim foi um ano feliz! Tudo bem, não sou rico, não tenho carro, não tenho moto e nem casa própria. Não sou play boy, nunca tive enxaqueca não me chamo Richardhy e nunca fui à Europa. Sou pobre... Ando descalço, como churrasco, moro no morro, acordo cedinho, e sou cheio de manias, mas sou feliz!!!Por encher um papel de palavras absurdas, e fazer uma poesia.