segunda-feira, 23 de junho de 2008

Crônicas de um roqueiro...

A noite realmente sempre trás surpresa, e não seria diferente nesse dia, não vamos definir data, trata-se de uma quinta-feira qualquer, uma dessas quintas geladas do mês de junho. O presente autor que por horas lhes descreve a história encontrava-se na sua rotina diária, após um longo e cansativo dia de trabalho, seguiu para suas provas já que o final do semestre sempre é movimentado.
Como ultimamente não havia tido muita oportunidade de fazer nada de novo, encontrava-me na simples procura de algum amigo para dividir um chopp uma cerveja, ou até um vinho que poderia vir a calhar já que o frio se fazia bem presente, mas após frustradas tentativa ele já via seu desejo frustrar-se preparando-se para seguir a destino de sua cama, surge a proposta. Proposta essa que poderia ser considerada indecorosa em tempos passados, mas que no momento tinha se tornado uma bela maneira de quebrar a rotina.
Não caros leitores, não é nada ao estilo Ronaldo (o fenômeno), tratava-se de um simples convite para ir tomar um trago e colocar um pouco de conversa fora, quem iria dizer que a noite teria aquele fim, mas não prendamo-nos em detalhes secundários. Lá encontrava-me então desfrutando de uma bela skol gelada, ao som de um desconhecido, com sinceridade afirmo que o músico a qual não recordo-me o nome (até porque não sei se foi ou não anunciado) não tinha nada de espetacular, mas fazia um som agradável aos ouvidos, seu repertório estava condizente com o ambiente.
Terminado o show, iniciou-se a pista de pagode (blarg) sim, digo isso porque não é meu estilo de som, mas... Ah de se respeitar a diversidade, confesso sim que talvez se tivesse uma maior desenvoltura nas habilidades da dança poderia começar a achar atrativo tal estilo, pois não pode-se negar que o público alvo o feminino, responde muito bem a tal tipo de música, e manter um "corpo-a-corpo" é algo que todos (ou a grande maioria) busca em um local como aquele, afinal é disso que são feito as baladas.
Mas ao invés de aproveitar e mesmo que, ao custo do sacrifício dos meus tímpanos eu tivesse ficado alí e quem sabe até aprendido alguns passos e movimentos, me aventurei por outra seara já bem conhecida das baladas, sim caros leitores, fui desbravar o ambiente do funk. Não que houvesse surpresa, pois já é de conhecimento comum a baixa qualidade no quesito (instrumental e letra) até então tudo bem, pois o que importa segundo alguns é o (ritmo contagiante) leia-se música para a cópula.
Realmente para quem não se prende muito aos tradiocionais valores morais (que admito ser meu caso) o ambiente fornece um belo cardápio, a libido alta regada a altas doses de alcóol faz o lado libertinho aflorar e qual homem que não gosta disso não é verdade? Mulheres dizem que não, mas lá os fatos demonstravam o contrário. Tudo seguia no que podemos classificar como normal ainda aceitável, mas então os autofalantes anunciam que a atração da noite vai iniciar a festa. Atração da noite? Mas o qu epoderia ser? Pensei eu comigo mesmo.
Nesse instante surge no palco um ser de média estatura que parecia uma cruza de Bob Marley com Paul Tergat, vestido com o clássico estilo "Mano", suas roupas largas, boné virado, correntes cintilando, parecia um pinheirinho de natal só que o pinheiro já estava carbonizado. Deboches a parte, friso aqui que não é a etnia o que me trouxe o desgosto, mas a pobreza musical, de posse de um microfone iniciou-se a totura.
Sombre melodias de hip hop e black music americana a criatividade so sr. Mc Jean Paul me deixou atônito. Mais surpreendente que isso era ver seus fãs (sim ele tem fãs) cantando junto as originais canções do seu idolo, o Brasil é uma coisa séria mesmo, prestigia-se aquilo que temos de pior, ah mas isso trata-se de gostos pessoais dirão alguns. Ok. O manto da subjetividade proteje qualquer coisa hoje em dia, até os Jean Pauls da vida.
Por fim o erro do Brasil está em querer niverlar-se as coisas por baixo, fico pensando músicos que dedicam sua vida ao estudo da música propriamente dita pensarem que estão no mesmo "patamar" dos Mc's. E não trata-se de uma aversão ao funk da minha parte, o caso é a qualidade mesmo, não gosto muito do estilo sertanejo mas reconheço a habilitade dos profissionais, o mesmo dá-se na música clássica e até no pagode e samba, ao menos tem-se profissionais criando melodias, letras...
Mas o funk senhores... Me desculpem, sob minha ótica continua sendo um ritual de acasalamento e não música.